Você não me engana!

No início dos anos 2000, recebi um e-mail com uma mensagem muito atraente. Confesso a você que faltou muito pouco para eu aceitar a proposta que recebi. Na verdade, na hora entendi que somente uma pessoa muito tola não aceitaria a tal proposta. Vou explicá-la pra você não ficar na curiosidade.

A mensagem continha uma lista com 20 nomes, alguns deles conhecidos, outros não. O texto explicava que tratava-se de uma corrente, e que eu deveria investir R$ 10,00 para no final dela receber a bagatela de R$ 100.000.000.000,00. Esse cálculo sempre me parece estar errado, porque não estou acostumado a manipular essas cifras, e olhe que já fui bancário muito tempo!

De fato a proposta parecia irrecusável; pelo pequeno risco e a imensa recompensa, isso contrariava qualquer outra forma honesta de se ganhar dinheiro! Todos ganham com isso, por que não tentar?

Foi então que me veio uma preocupação, que me fez pensar melhor, e não levar adiante a tal corrente. E se as pessoas começassem a disparar essa corrente para centenas ou milhares de pessoas, sem nunca cumprirem a sua parte?

A corrente dava abertura para diversas manifestações de desonestidade. Era bom demais pra ser verdade!

Que pena, parecia ser uma ideia genial e honesta! Ainda que relutante, apaguei o e-mail, e dias depois fiquei sabendo que isso fora realmente um golpe, e que muitos haviam perdido seus R$ 10,00 enquanto alguém no topo da pirâmide provavelmente tenha se enriquecido e sumido.

Hoje sabe-se que essa prática é criminosa, podendo resultar em detenção por estelionato. Mas quantos foram lesados?

Quando algo parece bom demais pra ser verdade, quase sempre não é mesmo! Não se engane!

Parece golpe

Na Internet é muito comum encontrarmos ofertas de produtos a preços irresistíveis, ou com um prazo de entrega atômico, que nos conquistam à primeira vista. O consumidor vê isso vez ou outra, e mesmo muito tentado, também desconfia.

Você como vendedor sabe o quanto custa um produto, sua estrutura, seu trabalho, estar em dia com impostos e todo o tipo de taxas, e percebe muito bem que determinadas ofertas não podem ser honestas.

Com alguma frequência, ofertas inacreditáveis realmente são golpes. Há alguns anos, uma rede de televisão muito popular veiculava em horário nobre, num programa de público seleto, o anúncio de um aparelho de TV moderno, enorme, marca excelente, a um preço equivalente à metade do melhor preço visto na concorrência, para compra em uma loja virtual que eu não conhecia. Parecia ser uma estratégia agressiva de marketing, para entrada no mercado de forma arrasadora. Logicamente que corri para a frente do computador pra comprar o aparelho. Felizmente, como de costume, antes de fechar o pedido consultei o site www.reclameaqui.com.br e dei uma olhada na reputação do lojista. Ali estava a explicação para o preço tão atraente. Centenas de pessoas reclamavam de terem comprado e não terem recebido seus produtos. Aprofundando as pesquisas, descobri que tratava-se de um estelionatário que estivera preso por 5 anos ou mais, que tinha voltado a operar o mesmo golpe, que já tinha sido muito bem-sucedido no passado. O site era exatamente igual ao antigo, alterado apenas o nome da loja e os dados de contato. Frustrado, tentei contato por e-mail, e o lojista me respondeu cordialmente, garantindo se tratar de oferta idônea. Tentei contato por telefone e notei que dos números informados no site, apenas os de celular realmente atendiam. Dias depois, a notícia estava sendo divulgada, e o escândalo se propagou.

Já ouviu o ditado “Quando a esmola é demais, o santo desconfia”? O consumidor está ficando cada vez mais preparado para identificar as “esmolas” exageradas como tentativas de golpe.

Você está tão desesperado para vender, que chega ao ponto de praticar preços muito menores que seus concorrentes? Mesmo assim é possível que você não venda, isso porque o consumidor pode estar desconfiando de sua honestidade.

O consumidor vasculha a Internet em busca do melhor preço, e compara nos centavos. Valores muito abaixo da média podem ser vistos como risco de golpe, e ele pode preferir não comprar nesses casos, salvo se a oferta vier de um lojista muito conhecido e conceituado, de quem ele talvez já tenha comprado mais vezes, e se sinta então seguro o suficiente para fechar o pedido. Caso contrário, valores próximos da média podem ser sua preferência.

O consumidor atualmente está mais preparado para identificar golpes, e se você como vendedor ainda desconhecido, lhe oferecer algo a um preço exageradamente abaixo do que ele encontra na concorrência, ao mesmo tempo em que se sentirá tentado a comprar, luzes e sirenes de alerta dispararão em sua mente, para um possível golpe.

Pra não parecer golpe

Para evitar essa desconfiança do público consumidor, seja competitivo nos preços, mas mantenha-se dentro da realidade do mercado. Ofereça segurança ao consumidor, através de certificado digital e pagamento em ambiente 100% seguro e garantido, principalmente tendo como diferencial um intermediador de pagamentos famoso, que garanta também o recebimento do produto ou o dinheiro de volta.

A hora e lugar para se praticar preços fora do comum seria como publicidade, mas vendendo em sites conhecidos e respeitados de compras coletivas, por exemplo. Nesse ambiente estão os consumidores que buscam justamente por esse tipo de oferta, amparados pelo intermediador, que garante a legitimidade de suas compras. Entretanto, essas ações precisam ser pontuais e limitadas a estratégias de marketing. Um empreendimento baseado 100% nesse modelo de vendas, dificilmente se sustenta.

Mostre ao visitante da sua loja virtual que você existe como empresa, com vários canais de contato, mencionando CNPJ, nome empresarial, endereço, telefone, etc. Faça com que ele se sinta realmente seguro em comprar em seu site, na certeza de que fará bons negócios, sem o menor risco de golpe.

Seja sempre competitivo, mas não apele. Pratique preços razoáveis, pois do contrário, em vez de atrair, você afastará o consumidor, além de desacreditar a sua marca.

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